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Obesidade, a epidemia deste século, e os danos cardiocirculatórios

Obesidade e alimentação

Dia 11 de outubro é o dia Nacional de Prevenção da Obesidade, considerada a epidemia do século XXI e analisando os dados do VIGITEL do Ministério da Saúde, um sistema de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico, ficamos surpresos com os resultados classificados pelo índice de massa corporal, o IMC = Peso (kg) / Altura(m) 2.

O critério para excesso de peso é o IMC igual ou maior que 25 kg/m 2 enquanto para obesidade o IMC igual ou maior que 30 kg/m 2. O EXCESSO DE PESO foi registrado em mais da metade da população, enquanto a OBESIDADE foi constatada em 18,9% dos brasileiros. Nos últimos oito anos a população ativa passou de 30,3% para 37,6% em 2016, porém, infelizmente a prática diminuiu com a idade, sendo mais frequente entre os 18 a 24 anos, o que ajudou o ganho de peso com o avançar da idade.

Tanto o excesso de peso como a franca obesidade são fatores de risco bem estabelecidos para a maioria das doenças cardiovasculares, como as doenças das coronárias (angina e infarto do miocárdio), insuficiência cardíaca e a fibrilação atrial.

Apesar dessa constatação, algumas pesquisas constataram um paradoxo surpreendente, quando os cardiopatas eram muito magros ou grandes obesos, a evolução foi mais lenta e difícil, diferente dos com leve obesidade.

Os dados científicos de pesquisas feitas em Framingham nos EUA atribuem principalmente à obesidade, o surgimento de 23% das doenças cardiovasculares dos homens e 15% das cardiopatias nas mulheres, descartados os outros fatores de risco conhecidos.

Vale ressaltar que bons níveis de aptidão cardiorrespiratória decorrentes dos níveis regulares e intensos de atividade física neutralizam a maioria dos efeitos adversos do excesso de peso ou da adiposidade, como também dos fatores de risco tradicionais como a hipertensão arterial e o diabete tipo 2.

O infarto agudo do miocárdio ocorreu mais precocemente, isto é, entre 7 a 12 anos antes, nas pessoas com peso progressivamente maior, do que nas pessoas com peso ou IMC normal, isto numa pesquisa feita entre quase 112000 pessoas.

Sem dúvida para benefícios na luta contra a obesidade, a atividade física regular, levando a um bom condicionamento físico é efetiva, segura e estrategicamente fácil de executar. Mãos à obra!

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Dr. Nabil Ghorayeb
Dr. Nabil Ghorayeb

Cardiologista, Médico do Esporte, Professor e Escritor.

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