Esportes inadequados e sem limites sendo indicados para as crianças, como exemplos o crossfit e a musculação, mas que fazem o gosto dos responsáveis, treinamentos intensos e rígidos de esportes para futuras carreiras profissionais sem nenhuma preocupação médica como deveria ser feito é a polêmica bem atual.
Todos concordam que a prevenção é o grande objetivo da Medicina Moderna, pelo estímulo de hábitos de vida mais saudáveis possíveis, que irão proporcionar vida longa e com qualidade. Nessas recomendações a atividade física supervisionada tem o status de ser o mais popular dos hábitos de vida saudável, aliás, com toda a razão.
O que preocupa os médicos são os exageros que expomos as crianças e adolescentes que adoram esportes. Nós recomendamos aos responsáveis que estimulem, desde a infância, o gosto pelas atividades físicas pelas modalidades esportivas mais comuns. Proporcionar o conhecimento dos vários esportes é o ideal para que o próprio garoto/a faça sua escolha, que vai depender da empatia, das habilidades pessoais e dos amigos que praticam determinado esporte, sem interferência dos responsáveis..
O que se vê é o incentivo direcionado para prática precoce e intensa de esportes visando um dos dois caminhos: o do profissional futuro ou da busca da saúde e longevidade. Contudo, o que está ocorrendo nos consultórios? O aumento dos problemas médicos decorrentes dos visíveis exageros esportivos dessa turma, que não completou o seu crescimento físico, metabólico e mental.
O aumento das tendinites e das fraturas dos ossos ainda não totalmente formados, alterações precoces do coração jovem em coração de atleta adulto. Nos Congressos de Cardiologia levamos a análise de mais de 500 jovens, menores de 18 anos, atletas federados em diversas modalidades, sendo a mais frequente o futebol, com várias alterações cardiológicas benignas, mas que necessitarão de atenção especializada pela vida. Em jovens atletas sadios de 50 anos atrás que treinavam menos intensamente do que hoje, tiveram diagnosticado em 8% algum problema cardiológico, e parte deles essas alterações necessitaram tratamento cardiológico.
Atividade física e esportiva do adolescente deve ser estimulada sempre, a escolha da modalidade deve ser pessoal do jovem, o cuidado daquele que pretende seguir carreira profissional esportiva deve ser obrigatório o acompanhamento médico especializado para avaliar possíveis doenças silenciosas e controle das adaptações fisiológicas como também eventuais problemas futuros.
Em relação aos modismos, insistimos que não são recomendados Crossfit e Halterofilismo para crianças e jovens ainda em crescimento, como também é absolutamente proibido o uso de esteroides anabolizantes, do DHEA, do hormônio de crescimento (GH). Esse grupo de fármacos de uso exclusivo médico não pode ser pensado sem a clara indicação para tratamento de doenças, se tornam perigosos para qualquer idade, pelo alto risco de provocar arritmias cardíacas, câncer de fígado e diversas lesões hepáticas, impotência e outras doenças. Não nos esqueçamos dos estimulantes falsamente chamados de “queimadores de gordura”, para emagrecer e já proibidos pela ANVISA (lista está no site dela). Importante é não confundir com os populares suplementos autorizados pelas autoridades da saúde brasileiras.