A mídia mostrou neste fim de ano exceções espetaculares de senhores e senhoras com idades avançadas participando de provas esportivas como S Silvestre e outras. Será que vale para todos? Em parte é verdade, pode-se dizer. A proporção de pessoas com idades superiores aos 60 anos está crescendo no mundo, principalmente pelo avanço da prevenção, nos cuidados e nos tratamentos disponíveis especialmente para essas pessoas de mais idade. Os tratamentos multidisciplinares, que tem crescido em número e qualidade, formam a eficiente terapia da moda.
Em relação às causas já existe concordância (surpreendente) de que o sedentarismo está fortemente associado ao crescimento das doenças crônicas mesmo nos idosos, fato que foi comprovado por pesquisas científicas em cardiogeriatria, nos últimos anos. O envelhecimento a partir dos 50 a 60 anos é acompanhado pela diminuição da performance (desempenho) – flexibilidade, coordenação motora e força muscular e velocidade. A capacidade funcional cai 8% a cada década a partir dos 30 anos. Pessoas saudáveis na faixa dos 70 e 80 anos tem menor força muscular estática e dinâmica em até 40%. Chega a 33% a quantidade de pessoas com mais de 65 anos absolutamente paradas ou sedentárias extremas nos EUA e treinamentos com pesos é insignificante nessa mesma população pesquisada.
As doenças crônicas diminuem a capacidade física e mental, comprometem o indivíduo, profissional e socialmente e o levam à dependência familiar e pública, o que na vida pratica brasileira não se sabe como resolver, ainda mais nesses tempos de recursos escassos para todos.
Recentemente a ciência revelou que o GENOMA humano está configurado para ambiente de muita atividade física. Novos parâmetros já são conhecidos na prevenção, pois corrida ou ciclismo moderado a 70% do consumo máximo de oxigênio, três vezes por semana 30 a 40 minutos, chega a elevar em quase 20% esse valor, o que significa enorme conquista no desempenho.
Podemos reverter muito das perdas do envelhecimento, apenas com atividade física, regular e orientada por profissionais da educação física e fisioterapeutas, ou seja, conseguimos diminuição do risco cardiovascular (Acidente Vascular Cerebral ou Encefálico, do Infarto do Miocárdio, Hipertensão Arterial e Diabete) menor obesidade, diminuição da osteoporose, diminuição de quedas e fraturas espontâneas, depressão psicológica, melhora importante da habilidade, flexibilidade e agilidade e até diminuição do aparecimento de certos tipos de Câncer.
Para tratamentos não consagrados pela Ciência, fale com seu médico para não cair em enganos que te arrependerão. E a prática esportiva? Como já escrevemos em comentários anteriores, ela pode ser praticada após bem detalhada avaliação médica, que deve se iniciar pelo especialista em cardiologia e passar pelo ortopedista também com especialização no esporte. Esse conhecimento em relação ao esporte escolhido é muito importante para prevenir os riscos de cada prova esportiva (por exemplo maratona em clima de extremo frio como ocorre com frequência em New York) e assim por diante. Se o envelhecimento é inevitável, está lógico que devemos agir contra seus
efeitos ao longo do tempo.
Dr. Nabil Ghorayeb – Cardiologista e Especialista em Medicina do Esporte
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